sábado, 26 de agosto de 2017

O sonho de liberdade sem responsabilidade




Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio. (Provérbios 25: 28)

A famosa franquia “Velozes e Furiosos” estreada em 2011, aguça o sonho de consumo de milhões de apaixonados por carros incrementados, fomentando a fantasia de liberdade sem limites. Na trama, o personagem Dominic Toretto (ator Vin Diesel), lidera um grupo de corredores de rua, que também roubam peças automotivas, para montar carros velozes para competições clandestinas. Essa imagem do anti-herói, impulsivo, valentão, agrada ao público porque sugere que cada um seja dono da pseudoverdade que escolher para viver, descomprometida com a razão e leis civis. O personagem Brian O'Conner (ator Paul Walker), retrata o policial infiltrado que, mais tarde passa para o lado dos anti-heróis criminosos, seduzido pelas corridas e envolvido afetivamente com a irmã de Toretto.

O cinema tem o poder de fantasiar o “erro” com máscara de certo, em nome da paixão e do prazer imediato. Contemplamos na tela, o mundo imaginário sem limites. Então eu pergunto a você: se o filme é só uma encenação artística, podemos assisti-lo sem desconstruir nossos princípios morais? 

Você já se deu conta de que, quando estamos diante da TV, somos levados a torcer pelo triunfo da desonestidade? Você já percebeu que na dramaturgia Velozes e Furiosos, os criminosos sempre conseguem escapar da Lei, que é representada pela polícia ridicularizada? Você já se deu conta, que durante o filme, nós aceitamos as distorções morais implantadas na ficção como normal? Ainda bem que é só uma dramaturgia, pois milhões de expectadores torcem pela vitória da impunidade, porque na verdade, todos sabem que cinema é fantasia, acreditando que não seremos influenciados pelos conceitos fictícios da dramaturgia, certo? Será que não?

Ao tiramos os olhos da tela e o colocamos nos jornais, o sonho vira pesadelo, porque na realidade, todo erro traz consequências, a polícia pega mesmo, as balas acertam inocentes, os carros batem e os pilotos velozes e furiosos morrem no trânsito, pois a liberdade sem responsabilidade, só prospera no cinema.

Todos lamentamos a tragédia ocorrida em 2013, com o ator que interpretou o policial infiltrado em "Velozes e Furiosos". Aos 40 anos de idade, Paul Walker morreu em um acidente de trânsito na Califórnia (EUA), quando era apenas passageiro de um Porsche Carrera GT, durante o intervalo das filmagens. Esse tipo de ocorrência se repete todos os dias nas grandes cidades, nos fazendo lembrar que na vida real, não existe liberdade sem responsabilidade.

A ignorância do ser humano aos seus limites, abrange todos os campos da vida e o mais comum é o campo dos relacionamentos. Portanto, nossas palavras e ações devem ter moderação: para não falarmos o que vem à cabeça; para não virarmos dependentes químicos; para não nos machucarmos nas desventuras da vida;  respeitando os limites dos outros. A vida é como uma estrada cheia de regras de segurança, cuja paz depende da ordem.

Se você está atento às orientações cristãs, então já pode ir ao cinema. Compre a pipoca e desfrute a sua imaginação de maneira saudável e consciente.

Rev. Ailton de Oliveira

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