Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem
domínio próprio. (Provérbios 25: 28)
A famosa franquia “Velozes e Furiosos” estreada em 2011, aguça o sonho de consumo de milhões
de apaixonados por carros incrementados, fomentando a fantasia de liberdade sem limites. Na trama, o personagem Dominic
Toretto (ator Vin Diesel), lidera um grupo de corredores de rua, que também roubam peças automotivas, para montar carros velozes para competições clandestinas. Essa imagem do anti-herói, impulsivo, valentão,
agrada ao público porque sugere que cada um seja dono da pseudoverdade que escolher
para viver, descomprometida com a razão e leis civis. O personagem
Brian O'Conner (ator Paul Walker), retrata o policial infiltrado que, mais tarde passa para o lado dos anti-heróis criminosos, seduzido pelas corridas e envolvido afetivamente com a irmã de Toretto.
O cinema tem o poder de fantasiar o “erro” com máscara de certo, em nome da paixão e do prazer imediato. Contemplamos na tela, o mundo imaginário sem limites. Então eu pergunto a você: se o filme é só uma encenação artística, podemos assisti-lo sem desconstruir nossos
princípios morais?
Você já se deu conta de que, quando estamos diante
da TV, somos levados a torcer pelo triunfo da desonestidade? Você já
percebeu que na dramaturgia Velozes e Furiosos, os criminosos sempre conseguem
escapar da Lei, que é representada pela polícia ridicularizada? Você já se deu
conta, que durante o filme, nós aceitamos as distorções morais implantadas na
ficção como normal? Ainda bem que é só uma dramaturgia, pois milhões de expectadores torcem pela vitória da impunidade, porque na verdade, todos sabem que
cinema é fantasia, acreditando que não seremos influenciados pelos conceitos fictícios da dramaturgia, certo? Será
que não?
Ao tiramos os olhos
da tela e o colocamos nos jornais, o sonho vira pesadelo, porque na realidade, todo erro traz consequências, a polícia pega mesmo, as balas acertam inocentes, os carros batem e os pilotos
velozes e furiosos morrem no trânsito, pois a liberdade sem responsabilidade, só prospera no cinema.
Todos lamentamos a tragédia ocorrida em 2013, com o ator que interpretou o policial infiltrado em "Velozes e Furiosos". Aos 40 anos de idade, Paul Walker morreu em
um acidente de trânsito na Califórnia (EUA), quando era apenas passageiro de um
Porsche Carrera GT, durante o intervalo das filmagens. Esse tipo de ocorrência se repete todos os dias nas grandes cidades, nos fazendo lembrar que na
vida real, não existe liberdade sem responsabilidade.
A ignorância do ser humano aos seus limites, abrange todos os campos da vida e o mais comum é o campo dos relacionamentos. Portanto, nossas palavras e ações devem ter
moderação: para não falarmos o que vem à cabeça; para não virarmos dependentes
químicos; para não nos machucarmos nas desventuras da vida; respeitando os
limites dos outros. A vida é como uma estrada cheia de regras de segurança, cuja paz depende da ordem.
Se você está atento às orientações cristãs, então já pode ir ao cinema. Compre a pipoca e desfrute a sua imaginação de maneira saudável e consciente.
Rev. Ailton de Oliveira