domingo, 10 de dezembro de 2017

Feliz Natal! Quando a Estrela Passar, Pense no Salvador

“A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram...” (Mateus 2:10,11)

Lançado em 1998, a obra cinematográfica com a legenda: IMPACTO PROFUNDO, mostra os EUA mobilizando os recursos tecnológicos mais avançados da NASA, na tentativa de impedir que um asteróide de 11km de diâmetro atinja o planeta. Enquanto a população sofria o pior dos temores, o presidente anunciava em cadeia nacional, o sorteio de milhares de vagas nos abrigos à prova de catástrofes, entretanto, quem não estava na lista, teve que fugir para as montanhas em busca de proteção.

A bordo de uma nave chamada de: “Messias”, um grupo de astronautas é enviado ao Espaço para instalar ogivas nucleares no centro do asteroide. Com sufoco eles conseguem, mas infelizmente, a explosão apenas dividiu o asteroide em duas partes, restando à equipe, usar a própria nave para explodi-lo novamente. No impacto, os astronautas morrem como heróis salvando a Terra de uma destruição total, mas ainda assim, um pedaço do asteroide atinge o solo matando parte da população.

No final do filme, uma nova história se inicia para toda a humanidade, a reconstrução do mundo. A vida se refaz, quando uma força vinda das estrelas altera o curso da história. Os americanos adoram esse tipo de filme, você já percebeu?

Por falar em estrela, o Evangelho de Mateus fala de três magos do Oriente que avistaram, no tempo central da história humana, uma estrela misteriosa rasgando os céus. Tratava-se de um gigantesco corpo celeste cruzando o caminho do Messias, o Salvador. Terá sido esta a inspiração do cineasta?

Até onde ela nos levará, pensaram os magos. De certo, aquela estrela não trazia destruição, mas sim, a revelação de algo maravilhoso: o nascimento do Rei dos reis. Logo eles descobriram, que a magnífica esfera incandescente não tocaria o solo, mas sim, seus corações. Sem esperar mais, partiram atrás do facho de luz, em direção ao horizonte numa caminhada de fé, para desvendar esse mistério.

Os magos olhavam para cima e não viam medo, pois apenas beleza havia no véu azul, pontilhado de brilhantes. Sobre a cidade de Belém, a estrela passava como um anjo por cima da estrebaria onde Jesus repousava docemente. Lá estava o Messias, o verdadeiro Salvador, que veio ao mundo trazer a vida, mudando o curso da nossa existência. Trinta e três anos mais tarde, este menino já crescido declara: “é chegado o Reino de Deus”. Seu olhar exala segurança para muitos. Sua voz é capaz de paralisar multidões em torno de si, com palavras doces de refrigério e ao tocá-lo, os desastres da alma são curados. É o menino Deus, que desceu do Céu, para brilhar sobre a escuridão das nossas almas e nos salvar do pecado.

“Jesus, que doce nome, que transforma em alegria o… triste coração”. Assim como os três magos seguiram a estrela que os levou a Jesus, queremos caminhar sob as luzes do Natal para encontrar o menino Deus, que nos renova a fé, o amor e a paz.

O Natal chegou, a estrela está passando, pense no Salvador.

Feliz Natal!

Bel. Ailton de Oliveira

Festa na Igreja - saudade do que está por vir


“Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo”. (Romanos 15:13)


Alguém um dia me perguntou, qual a necessidade de se fazer festas na igreja, já que isso gasta tempo e recursos. Eu não soube responder imediatamente, mas passei a investigar assunto. Por acreditar que a comunhão dos irmãos é um dos fatores essenciais para o desenvolvimento do Evangelho, lugar de calor humano para um mundo carente de afeto e cultura útil, resta-me crer, que festejar é como comer e dormir, simplesmente queremos.


Pensar em festa é inspiração poética, veja a frase que inventei: a vontade pela festa nasce no “coração da criança” que temos dentro de nós, pois nesse ambiente de alegria contagiante, encontram-se crianças pequenas, crianças adultas e crianças idosas. Que tipo de criança você é, aquela que uma semana antes já escolhe a roupa que irá a festa? Aquela que fica imaginando quais pessoas encontrará lá? Ou quem sabe, se programa a semana toda em função da próxima festa?

Não sei definir bem, se o valor está na expectativa de como será o encontro com os amigos, no impacto dos acontecimentos ou nas comidas deliciosas. Convido você a investigar esses aspectos.

Ah, quanto preciosismo só para uma festa! E daí, será divertidíssima! Nós já sentimos essa sensação vulcânica de felicidade nas festas passadas, você se lembra? Sabemos que é um ânimo bom e ficamos com saudade de vibrar novamente pelo espetacular: “o que está por vir”. Não sabemos como será, mas só de pensar na festa, na comunhão, na alegria e tudo de bom que possa vir junto, meu coração sorri para vida.

Já estamos com saudade do que está por vir, de ver todos juntos na igreja celebrando a união do Corpo de Cristo, até o dia da maior de todas as festas na volta de Jesus, conforme descreve uma canção do grupo Vencedores por Cristo: “Então de vida se encherá a terra, de alegria e paz p'ra nunca mais faltar. Cessado o pranto, a morte, a dor e a guerra. O Rei,que é Cristo sempre vai reinar”.

Que saudade do que está por vir! Que saudade da festa na igreja!


Bel. Ailton de Oliveira

John Huss – uma estranha maneira de ensinar a Verdade

Na antiga Boêmia (atual República Tcheca), estava diante de uma multidão confusa, um cidadão prestes a ser punido na fogueira. Um grande teólogo e professor, acusado pelo Concílio de Constança (1415) de estar proferindo heresias e de afrontar o Papa. Alguns se perguntavam como um justo e bom cavalheiro fora terminar a carreira numa condição tão cruel. Outros, questionavam se os motivos que o lançaram para a morte mereciam tamanho sacrifício. Afinal de contas, tratava-se de uma vida humana, uma mente brilhante sendo desperdiçada por causa de posicionamentos teológicos. Isso mesmo: o acusado havia interpretado as Escrituras e declarado abertamente, que a instituição cristã oficial da nação estava errada.

A população lamentava a execução daquele homem “cabeça dura”. Bastava ao teimoso ceder, declarar para o príncipe Ludwig que não tinha certeza de sua teoria, que estava arrependido e pronto, ficaria salvo, livre da justiça corrompida dos homens.

Uma dúvida permanecia na ar: ou esse sujeito é um sábio, iluminado pelo Espírito Santo e comprometido com a maior missão de toda a sua existência, ou ele é um tolo, um “sem noção” pagando com a própria vida o fruto de sua pesquisa teológica mal sucedida. “Só que não”, o sujeito estava realmente alinhado às verdades bíblicas.

Em resumo, esse falador corajoso queria ensinar ao povo: que somente Cristo é o Cabeça da igreja, não o Papa; que ser simplesmente membro da instituição igreja não garante a salvação da alma, pois apenas aqueles que foram escolhidos por Deus antes da fundação do mundo são salvos pela fé na pessoa de Jesus Cristo; que a Salvação é uma graça de Deus, por isso ela não pode ser comercializada pelos homens; que somente a Bíblia é a regra de fé e prática.

Antes das chamas de fogo inflamarem o condenado ele respondeu aos seu acusadores assim: “assarão um ganso agora, mas em cem anos ouvirão um cisne cantar e terão que aguentá-lo”. Por fim, diante de todos, a imagem do homem se consumiu, mas sua mensagem continuou viva ecoando na história da Igreja, florescendo cem anos depois na figura do reformador Martinho Lutero, pois o próprio Lutero se definiu assim: como a providência prometida no passado, para trazer da parte de Deus a Reforma na Igreja de Jesus Cristo.

A missão do homem da fogueira era ensinar a verdade, ainda que de uma forma estranha. Seu sacrifíco revelou a legítima mensagem da Graça de Deus, motivando outros ícones da Reforma Protestante a entregarem suas vidas em nome do verdadeiro Evangelho. Seu nome: John Huss, o grande pré-reformador que inspirou Martinho Lutero.

Ailton de Oliveira
 

Os Lolardos - ensinando as Escrituras com verdade, simplicidade e clareza

"Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante dele" (1 Coríntios 1:27-29).

No século XIV, enquanto a peste negra varria a Europa e crises políticas se agravavam por causa dos altos impostos que Roma cobrava da coroa inglesa, o Papa só dava atenção para os ricos e cultos, visavando arrematar recursos e terras.

Os padres, pregavam em latim com frases difíceis enaltecendo a instituição religiosa oficial, mas havia um grupo de universitários que comunicava a fé cristã na linguagem do povo, de forma simples, com clareza e piedade, chamado de Lolardos.

Orientados por John Wycliffe (1328-1384), professor da Universidade de Oxford e pré-reformador, os lolardos foram perseguidos e expulsos do meio acadêmico, por causa dos protestos que faziam contra a igreja romana e contra a pessoa do Papa. Fora de Oxford, os Lolardos passaram a recrutar gente simples como camponeses convertidos ao Evangelho e assim, cada vez mais eles espalhavam o verdadeiro ensino das Escrituras sem distinção, para uma sociedade carente de justiça social e de esperança, pelas ruas da cidade e pelo país à fora.

Os Lolardos eram considerados pelos cristãos romanos como hereges, reacionários, opositores da ordem religiosa, porque protestavam contra a doutrina absurda das indulgências (venda de um lugar no Céu), contra as imoralidades dos falsos líderes cristãos e contra os abusos jogados "nas costas" do povo. Eles ensinavam que a Salvação da alma é uma experiência espiritual e individual, uma graça imerecida, oferecida a ricos e pobres, intelectuais e indultos, vinda de Deus em forma de fé na pessoa de Jesus Cristo.

O exemplo dos Lolardos nos ensina que, seja qual for o grau de orientação bíblica que possuímos, Deus pode e quer, usar-nos para anunciar a mensagem do Evangelho para aqueles que estão ao nosso redor. Assim como eles tinham John Wycliffe como orientador teológico, o Senhor nos deu pastores e mestres para nos ensinar à luz da Palavra de Deus, como sermos "sal da terra e luz do mundo".

Os aspectos: verdade, simplicidade e clareza devem estar presentes em nosso testemunho cristão, seja em forma de discurso, caridade ou exemplo observado pelos outros.

Que Deus abençoe você que de alguma forma, transmite o amor de Deus dentro do seu lar, da sua vizinhança, sua comunidade local, pelas redes sociais e outros lugares, abençoando vidas com verdade, simplicidade e clareza.

Ailton de Oliveira