"Como as aves dão proteção aos filhotes com suas asas, o Senhor dos Exércitos protegerá Jerusalém; ele a protegerá e a livrará; ele a poupará e a salvará". (Isaías 31:5)
Maria, uma viúva dedicada à família vive mais uma noite daquelas. Ao chegar da igreja no domingo de Carnaval, encontra o filho no portão saindo com os amigos para se divertir em um bloco de rua. Mike, é toda a familia que lhe sobrou depois da morte do marido. Meu filho, já é tarde, as ruas estão perigosas, é melhor você ficar em casa...! Inutilmente a mãe apela, competindo com a sedutora batucada carnavalesca que se ouve ao longe. Mãe, eu não sou mais criança, não se preocupe! Responde o moço, se misturando à tribo que marcha alegremente na direção da festa. Que longa noite aguarda esta mulher cristã, que de joelhos junto à cama, intercede a Deus todos os dias pela segurança do filho.
Divertindo-se entre os foliões, Paty, a namorada de Mike, o aguarda. Ela tem dezesseis anos e prometeu voltar pra casa antes de uma hora, mas, como faz em todos os finais de semana, seu pai sairá para buscá-la às quatro da madrugada, depois de ouvir a esposa nervosa reclamar da garota rebelde que não atende o telefone celular. Preocupado e aborrecido, ele caminhará em direção à massa de foliões, sufocando os piores temores que um pai pode sentir, repetindo a mesma frase de sempre: estou cansado! Sonolento e cambaleante, este homem completará seu calvário de cada festa, de cada final de semana e receberá como recompensa: a filha inteira. Quanto amor! Quanta dor no coração!
Assim também é Deus para com seus filhos, um Pai esquecido, que vai buscá-los com amor incondicional. Quando Israel viu-se ameaçada pelos assírios (Isaias 31), o Pai do Céu disse através do Profeta Isaías (740 a 686 a.C), que o povo não deveria confiar no socorro dos homens, dos egípcios, mas sim na orientação de Deus, para salvaguardar suas vidas do grande perigo que cercava a cidade. O Senhor Deus, ali, ofereceu esperança e salvação.
Apesar de não gostar de Carnaval, Maria decidiu respeitar a escolha do filho e de milhões de brasileiros, tipo: "cada um no seu quadrado". Ela não ignora o fato, do Carnaval ser um patrimônio histórico que prestigia a arte, a cultura, a música brasileira, o turismo e muitos outros aspectos interessantes para o mercado, mas se sente desconfortável diante da exposição do erotismo carnavalesco e tanta violência por parte de foliões embriagados com álcool e elementos que, nessa época, praticam crimes. Maria prefere estar na santa folia dos cristãos na igreja, cantando um enredo sobre Jesus, seu Amigo e Salvador, onde a alegria flui do Espírito que conforta seu coração. Disposta a respeitar todos os gostos, Maria apenas pede ao Senhor da Vida, que envie seus anjos para proteger aqueles que brincam cercados pelos perigos nas madrugadas.
Quero provocá-lo(a) a identificar os perigos que hoje nos cercam. No tempo do Profeta Isaías, o grande mal do povo foi virar as costas pra Deus, entregando o coração aos falsos ídolos e costumes pecaminosos, trazendo como resultado, todos os outros males, sobretudo: a ruína da nação, porque perderam a direção, quando rejeitaram o verdadeiro provedor e orientação de suas vidas.
Oremos sempre, de joelhos junto à cama, por nossos familiares que participam das festividades de Carnaval, pois os blocos de rua não são lugares seguros. Somente a providência de Deus será capaz de guardar nossos filhos, nossa família dos perigos deste mundo sem respeito e violento.
Oremos! "Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. Ele cumprirá o desejo dos que o temem; ouvirá o seu clamor, e os salvará" (Salmos 145: 18,19).
Tenha fé em Deus, os anjos não descansam no Carnaval.
Ailton de Oliveira
