quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Se somos infiéis, Ele permanece fiel

Esta palavra é digna de confiança: Se morremos com Ele, com Ele também viveremos; se perseveramos, com Ele também reinaremos. Se o negamos, Ele também nos negará; se somos infiéis, Ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo.” (2 Timóteo 2:11-13)

Preocupações de ordem diplomática e pressões religiosas de Roma, assaltavam a paz no reino da Inglaterra. O clima de insegurança incomodava o Rei Henrique VIII (1491-1547), um indivíduo de reputação moral controversa que, envolvido em um relacionamento extraconjugal com Ana Bolena, se divorciou de Catarina de Aragão, alegando que sua esposa não lhe dava um herdeiro. Nessa trama do tipo novela, o rei queria legitimar seu romance ilegal, e para tanto, teve que contrariar a advertência do Papa, uma vez que a religião romana não admitia divórcios.

A Inglaterra assistiu a frustração de Catarina, bem como a decapitação de sua substituta três anos depois, acusada de traição pelo rei, seu amante que virou marido. Em seguida, o rei casou-se de novo, depois, de novo, até chegar na sexta esposa. De duas esposas ele se divorciou, duas ele mandou decapitar, outra morreu de morte natural e a última ficou para contar a história desse sujeito perigoso.

Por falta de respaldo moral, Henrique VIII juntou-se aos cristãos protestantes, expulsou a religião romana da Inglaterra e fundou a Igreja Anglicana, sob a direção de Thomas Cranmer, seu amigo pessoal.

Nossa reflexão aqui, é uma análise objetiva sobre o acontecimento histórico: Reforma Protestante na Inglaterra, baseada em documentos, sem intenção de criticar os cristãos romanos atuais, nossos irmãos, que apesar de adotarem uma teologia diferente dos cristãos reformados, creem em nosso Senhor Jesus Cristo, o único mediador entre Deus e os homens.

Difícil é imaginar, que pelas mãos de um indivíduo tão decadente, poderia acontecer uma providência divina, porque diferente do coração egocêntrico do rei, os reformadores tinham uma proposta nobre, lutavam contra as heresias. Muitos desses homens foram mortos ao defenderem que a Salvação vem da Graça de Deus, que o perdão não pode ser comprado pelos homens e somente em Jesus podemos receber a vida eterna. Vale também ressaltar, que a Igreja Anglicana se mantém até hoje, fiel às Escrituras Sagradas, apesar do rei que a instituiu, ter sido um homem infiel à sua família e a Deus.

Assim se estabeleceu a Reforma Protestante no século XVI: começou na Alemanha com o monge Martinho Lutero, foi consolidada na Suíça pelo teólogo João Calvino, se espalhou pela Europa e plantou a nova religião da Inglaterra, sob a chancela do Rei Henrique VIII. A Reforma Protestante, resgatou a prática do ensino das Escrituras que era oferecido pelos apóstolos no primeiro século a todas as pessoas, sem distinção, para tornar conhecido o Plano de Salvação, centrado na pessoa de Jesus Cristo.

Quando o homem falha, Deus intervém na história e nos sustenta, conforme explica a sua Palavra: se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo” (2 Timóteo 2:13).

Ailton de Oliveira