“Esta
palavra é digna de confiança: Se morremos com Ele, com Ele também
viveremos; se perseveramos, com Ele também reinaremos. Se o negamos,
Ele também nos negará; se somos infiéis, Ele permanece fiel, pois
não pode negar-se a si mesmo.”
(2 Timóteo 2:11-13)
Preocupações
de ordem diplomática e pressões religiosas de Roma, assaltavam a
paz no reino da Inglaterra. O clima de insegurança incomodava o Rei
Henrique VIII (1491-1547), um indivíduo de reputação moral
controversa que, envolvido em um relacionamento extraconjugal com Ana
Bolena, se divorciou de Catarina de Aragão, alegando que sua esposa
não lhe dava um herdeiro. Nessa trama do tipo novela, o rei queria
legitimar seu romance ilegal, e para tanto, teve que contrariar a
advertência do Papa, uma vez que a religião romana não admitia
divórcios.
A
Inglaterra assistiu a frustração de Catarina, bem como a
decapitação de sua substituta três anos depois, acusada de traição
pelo rei, seu amante que virou marido. Em seguida, o rei casou-se de
novo, depois, de novo, até chegar na sexta esposa. De duas esposas
ele se divorciou, duas ele mandou decapitar, outra morreu de morte
natural e a última ficou para contar a história desse sujeito
perigoso.
Por
falta de respaldo moral, Henrique VIII juntou-se aos cristãos
protestantes, expulsou a religião romana da Inglaterra e fundou a
Igreja Anglicana, sob a direção de Thomas Cranmer, seu amigo
pessoal.
Nossa
reflexão aqui, é uma análise objetiva sobre o acontecimento
histórico: Reforma Protestante na Inglaterra, baseada em documentos,
sem intenção de criticar os cristãos romanos atuais, nossos irmãos, que apesar
de adotarem uma teologia diferente dos cristãos reformados, creem em
nosso Senhor Jesus Cristo, o único mediador entre Deus e os homens.
Difícil
é imaginar, que pelas mãos de um indivíduo tão decadente, poderia
acontecer uma providência divina, porque diferente do coração
egocêntrico do rei, os reformadores tinham uma proposta nobre,
lutavam contra as heresias. Muitos desses homens foram mortos ao
defenderem que a Salvação vem da Graça de Deus, que o perdão não
pode ser comprado pelos homens e somente em Jesus podemos receber a
vida eterna. Vale também ressaltar, que a Igreja Anglicana se mantém
até hoje, fiel às Escrituras Sagradas, apesar do rei que a
instituiu, ter sido um homem infiel à sua família e a Deus.
Assim
se estabeleceu a Reforma Protestante no século XVI: começou na
Alemanha com o monge Martinho Lutero, foi consolidada na Suíça pelo
teólogo João Calvino, se espalhou pela Europa e plantou a nova
religião da Inglaterra, sob a chancela do Rei Henrique VIII. A
Reforma Protestante, resgatou a prática do ensino das Escrituras que
era oferecido pelos apóstolos no primeiro século a todas as
pessoas, sem distinção, para tornar conhecido o Plano de Salvação,
centrado na pessoa de Jesus Cristo.
Quando
o homem falha, Deus intervém na história e nos sustenta, conforme
explica a sua Palavra: “se
somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si
mesmo” (2
Timóteo 2:13).
Ailton de Oliveira