“Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tem tornado como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente. O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden para lavrar a terra, de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pôs ao oriente do jardim do Éden os querubins, e uma espada flamejante que se volvia por todos os lados, para guardar o caminho da árvore da vida.” (Gênesis 3:22-24)
Permita-me ilustrar esta mensagem contando um pouco sobre a relação entre um cão e seu dono. É provável que você se incomode ao ser comparado com um cachorro, por causa de um significado depreciativo, por vezes atribuído ao termo. Entretanto, quem possui um animalzinho desses, sabe do seu grande valor e geralmente vivencia uma relação afetuosa, mas fica irado quando o cão apronta alguma...
Apolo é um cão que mora em um espaçoso quintal, onde não lhe faltam coisas para brincar e mastigar, mas o peralta sempre quer mexer nas coisas que lhe são proibidas, como: chinelos, as roupas de varal, a mangueira de água, as flores do jardim e diversos artefatos que seu dono pagou caro para ter. Como se não bastasse a ração, ele quer comer a mesma comida do dono e acessar o interior da casa, ou seja, ele quer ser igual ao dono. Mesmo se tratando de uma criatura propensa a errar, o dono decidiu confiar na lealdade do companheiro, estipulando regras para serem obedecidas.
Certo dia, o Apolo mastigou as roupas que estavam no varal, sabendo que isso é errado, portanto, ele pecou. Muito aborrecido, seu dono o expulsou da área mais confortável do quintal, colocando ali uma grade de isolamento, para evitar mais prejuízos. Todos saíram perdendo, pois o cão rebelde foi retirado de seu “Éden” canino, a área do varal, passando a dormir na casinha de cachorro, um lugar bem menos confortável. Este foi o desfecho de uma história de ira, porque as coisas que o dono comprou foram destruídas por seu cão desobediente, e por isso o castigou, mas também, uma história de ternura, porque o dono continuou amando o cão como a um filho e nunca o abandonou.
Pessoas não são cães, mas às vezes agem de forma semelhante. Estudando o capítulo três do Livro de Gênesis, pode-se compreender que, a relação entre o homem e Deus ficou prejudicada após a desobediência dos primeiros seres humanos. Homem e mulher apropriaram-se do fruto proibido, provocando a "ira de Deus" (Colossenses 3:6). Foram avisados das consequências, pois a árvore do conhecimento do bem e do mal estava ali, mas não era para eles. Vislumbravam a ideia de ser igual a Deus, queriam ser independentes, e assim, consumaram o pecado original e conheceram a queda.
A queda do homem gerou perdas profundas na estrutura física e psíquica do ser humano, sucumbindo-o à morte espiritual, provocando a degeneração de toda a criação (Gênesis 3:17-18) e o Criador o afastou do confortável Jardim do Éden. A mensagem bíblica a respeito da queda é uma história de ira, porque a obra de Deus foi corrompida por causa da desobediência humana, o pecado afastou o homem de Deus, mas também, uma história de ternura, porque o Criador continua amando seus filhos, nunca os abandonou.
Em tempo oportuno, Deus restaurou o que se havia perdido, acolhendo aqueles que o buscam pela fé, oferecendo-lhes a Nova Aliança de seu Filho, Jesus Cristo, conforme explica o Apóstolo Paulo: “Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por quem obtivemos também nosso acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e gloriemo-nos na esperança da glória de Deus” (Romanos 5:1,2).
Para estar em paz com o Criador, basta ao homem crer na Graça de Deus, aceitando Jesus Cristo como Senhor, pois "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece" (João 3:36).
Receba a ternura do Criador, fale com Ele em oração! Deus não te abandonou.
Ailton de Oliveira